Realizadas em ambiente agitado, pesquisas mostram
força da presidente Dilma Rousseff em diferentes frentes; 42% consideram
governo ótimo ou bom e 46% reconhecem na gestão dela o maior combate à
corrupção, contra 16% e 4% para Lula e FHC, respectivamente; pontos
fortes no Datafolha são coroados por crescimento, segundo o Ibope, de 13
pontos na satisfação com a democracia; apuração de corrupção na
Petrobras fortalece gestão, mas presidente é associada ao escândalo por
68%; aposta no enfraquecimento de Dilma não dá os resultados esperados
pela oposição, mas jogo de desgaste vai continuar
247 – A presidente Dilma Rousseff está bem mais forte do que
gostariam seus adversários. Essa é uma das conclusões principais da
rodada de pesquisas Ibope e Datalha divulgadas neste domigo 7. Neste
período conturbado, em que a oposição parlamentar liderada pelo PSDB
radicaliza o discurso, usa imagens fortes e tenta reunir apoio de
manifestações de protesto nas ruas, Dilma conseguiu manter exatamente os
índices de aprovação que detinhas nas vésperas do segundo turno, em 27
de outubro.
O governo é considerado ótimo e bom por 42% do público, enquanto 24%
veem a administração com ruim ou péssima. Imediatamente antes da
eleição, esse percentual era de 20%.
Uma ótima notícia, não apenas para o governo, mas para todas as
forças políticas que atuam dentro do sistema democrática, veio do Ibope.
O instituto apurou que o índice de satisfação popular com a democracia
cresceu 13 pontos percentuais. 39% disseram estar satisfeitos ou muito
satisfeitos com a democracia, mais nível desde 2010. Em 2013, quando
ocorreram propostos maciços nas ruas, a satisfação com o regime político
alcançava 39%. "A existência de grupos radicais nas ruas, como os blac
blocks, provoca mais repercussão na mídia do que desperta apoio
popular", avaliou o cientista político Cláudio Couto, da Fundação
Getúlio Vargas. "Cria-se uma falsa impressão de que há mais gente contra
a democracia do que realmente existe".
No capítulo corrupção, apesar de o jornal Folha de S. Paulo ter
destacado, entre todos os números, o porcentual de 68% dos que
associaram a presidente a corrupção que vai sendo descoberta, o governo
também colheu resultados positidos.
Nada menos que 46% indicaram que nunca houve tanto combate à
corrupção no País como agora. Para efeito de comparação, esse índice foi
de 16% para o governo lula e apenas 4% para a gestão do ex-presidente
Fernando Henrique, do PSDB. A percepção de que agora a punição aos
malfeitos é maior do que em outros tempos igualmente se confirmou. 40
assinalaram essa situação, de punição maior hoje em dia, contra 11 que
disseram que isso ocorria com mais frequência no governo Lula e apenas
3% nos tempos de FHC.
Apesar de algumas avaliação de dificuldade na ação do futuro governo
Dilma, a expectativa popular pode ser considerada boa. 50% entendem que
Dilma fará um segundo mandato melhor do que o primeiro. Esse índice, em
relação ao segundo governo tucano, era menor, de 41%.
Sofrendo tentativas diárias de desgate, ora com as revelações das
delações premiadas á volta da operação Lava Jato, ora com os ataques da
oposição parlamentar feita pelo PSDB, o que se mediu é que a presidente e
o governo estão assimilando bem os ataques. A oposição esperava atingir
um desgaste maior, mas isso não se concretizou. As vésperas da posse de
uma nova equipe econômica, a tendência é a criação de novos fatos no
ajuste de contas e controle da inflação. Se o plano der certo, os
números de Dilma poderão ficar ainda melhores. Os resultados das
pesquisas, nessa medida, agradaram em cheio ao Palácio do Planalto e
frustraram, em larga medida, a oposição.