11 julho 2014

Copa, Merval, casa grande, classe média e má-fé

Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre




"Da águia mansa me livre Deus. Da brava me livrarei eu". (Provérbio popular)

Então, vamos à pergunta que teima em não calar: o que a cidadania, a Nação, os trabalhadores e o povo brasileiro podem esperar das Organizações(?) Globo, de suas congêneres e de empregados como, por exemplo, um dos feitores da família Marinho, que atende pelo nome de Merval Pereira? Respondo, sem vacilar: nada vezes nada! E por que tanta resignação ou decepção? Informo-lhes: não estou decepcionado e muito menos resignado, apenas sei que, indubitavelmente, a mentira e a manipulação não são boas conselheiras e, por seu turno, não merecem atenção para serem consideradas.

Merval Pereira há dias faz oposição à Dilma Rousseff, no que concerne ao sucesso ou ao fracasso da Copa do Mundo. Se a Copa tivesse fracassado, Merval e seus "iguais" da imprensa de mercado diriam que os brasileiros e principalmente o Governo Trabalhista são incompetentes e como tais deveriam se colocar em seus lugares, ou seja, as arquibancadas destinadas aos inaptos, aos subalternos, aos subservientes e aos que nasceram para ver os países colonialistas brilharem, bem como se resignar com um pouco de centelha que por um acaso escapou da luz intensa das sociedades ricas em termos planetários.

É essa gente vira-lata e, por sua vez, de insofismável baixa estima que torceu e continua a torcer contra o Brasil, um País poderoso, cuja sociedade civil deveria espalhar ratoeiras em todos seus cantos e rincões para "matar" ratos, como os que empesteiam as redações da imprensa de negócios privados, que, alienígenas e apátridas, prejudicam o Brasil moralmente, economicamente e politicamente, como aconteceu antes e durante a Copa, bem como vai continuar a acontecer, com ênfase ainda maior, até as eleições de outubro deste ano, afinal o candidato da imprensa-empresa é o tucano do PSDB, senador Aécio Neves.

Considero inominável e indescritível o que imprensa corporativa travestida em partido político fez para que a Copa do Mundo no Brasil fracassasse mesmo sabendo que tal evento acontecido aqui a beneficiasse em bilhões de reais, como, por exemplo, ocorreu com a Globo, que, segundo o Governo, faturou por baixo R$ 1,5 bilhão. Trata-se de um empresariado tão reacionário e amante do retrocesso, que não se importa de sabotar e boicotar torneio internacional de tamanha envergadura para que seus interesses políticos e ideológicos sejam concretizados, a não importar, realmente, o preço pago por tal insanidade política.

É, de fato, uma gente kamikaze e que demonstrou não ter limites, o que a torna extremamente perigosa, inclusive para a estabilidade política e institucional do País. São empresários de históricos e origens golpistas, magnatas bilionários e que apostam, juntamente com seus empregados paus mandados, "no quanto pior, melhor". Agem assim porque são realmente divorciados do corpo social, pois vivem em um mundo à parte, que se hospeda no pico da pirâmide social em âmbito planetário.

São as águias deste planeta, e sabem disso. Por conseguinte, consideram-se fortes e poderosas o suficiente para enfrentar governos, tentar derrubá-los e muitas vezes conseguir alcançar tão vil intento, porque a meta é sabotar quaisquer tentativas de independência e autonomia levadas a cabo por governantes nacionalistas, populares e esquerdistas. Conspiram e participam de golpes de estado. Desestabilizam o estado institucional e rasgam constituições. No poder, retiram benefícios e direitos trabalhistas e sociais, e, indignos e mentirosos, os chamam de privilégios e gastos, quando a verdade é que os benefícios são direitos históricos conquistados com muita luta e até mesmo com derramamento de sangue.

A imprensa familiar brasileira é inescrupulosa e não mede conseqüências para angariar simpatias e, consequentemente, trazer para seu lado a classe média, que, já cansei de afirmar, é a classe que não é classe, mas é a principal consumidora dos produtos dos grupos midiáticos, bem como acredita que um dia vai integrar a casta dos ricos, que, espertamente, trabalham com o imaginário de uma classe média branca, tradicionalmente universitária e que ocupa os melhores empregos dos setores privado e público desde quando Dom João VI aportou na Bahia.

São os conhecidos coxinhas, que detestam o Brasil e replicam, disseminam e propagam os valores e os princípios das classes dominantes, essas, sim, grupos sociais definidos, pois donas e controladoras dos meios de produção, como o são os trabalhadores, donos que são da força de trabalho e que se organizam em sindicatos para negociarem ou combaterem seus patrões. A classe média não é classe, mas se torna aliada, como apêndice que é dos ricos e dessa forma se sente bem, a habitar seu imaginário com sonhos de consumo e de status, o que, irrefragavelmente, a torna cortesã daqueles que sempre vão lhes bater a porta na cara quando realizarem seus saraus e festas. Os rega-bofes, as comeizanas dos ricos.

A Casa Grande despreza a classe média e dela só quer o dinheiro para vender seus produtos, além de apoio político para eleger seus candidatos de direita ou ao menos desestabilizar líderes socialistas ou trabalhistas, como sempre ocorreu na história do Brasil e de diversos países da América Latina. Merval Pereira e seus "iguais" da imprensa corporativa atacaram a Copa diuturnamente durante sete anos. Contudo, a partir do início deste ano, recrudesceram suas críticas, como o fez o Jornal Nacional dos "âncoras" William Bonner e Patrícia Poeta. Intragável e desabonador o show de desprezo, de negatividade, de intolerância e de mentiras dessa gente que odeia o povo brasileiro e o Brasil como Nação.

Gente de cabeça colonizada, subserviente ao colonizador e capaz de tudo para que o Brasil não cresça, em todos os sentidos, porque sabedores que um País pequeno e com um povo subalterno aos seus interesses de classe assegura a manutenção de seus privilégios e benefícios. Prerrogativas e regalias que os levam ao olimpo da iniqüidade, do hedonismo e do niilismo — o triunvirato edificador do status quo, que tanto prezam em detrimento dos interesses do Brasil e do bem-estar de seu povo. Grande parcela da classe média abraçou tal triunvirato e nele se locupleta igual a suínos na lama. E, para completar, leem Merval Pereira e outras centenas de brucutus da palavra de essência direitista — conservadora.

O Globo e toda a imprensa burguesa é o golpe retratado na má-fé jornalística de Merval Pereira. A manipulação ideológica e intelectual dos fatos e dos acontecimentos. Trata-se da completa dissociação do jornalismo com o factual, o verdadeiro, o fato como acontece para que esses grupos de comunicação meramente econômicos possam ter seus caprichos realizados. Quando William Bonner, direto da bancada do Jornal Nacional, culpou a imprensa estrangeira pela negatividade, pelo baixo astral e pelo suposto caos que iria acontecer nos aeroportos e nas cidades que foram sedes dos jogos, realmente mais uma vez reafirmei que o Brasil tem a imprensa mais mentirosa, manipuladora, irresponsável e covarde do planeta.

A imprensa de negócios privados que não assume nada. Nem os seus próprios erros. A imprensa familiar de passado golpista e traidora de seus parceiros comerciais, a exemplo da Fifa. Cara de pau e matreira. Useira e vezeira em fugir da raia como o diabo foge da cruz, porque, volto a afirmar, não assume nada ou erro algum. Seus escribas-asseclas são um poço de contradições e tudo o que previram não aconteceu. Se fossem cartomantes morreriam de fome e se fossem adivinhões não conseguiriam vislumbrar em qual rua e casa moram. São eles os fracassados, os incompetentes e o que dão pitaco sobre tudo e não entendem nada sobre coisa alguma.

Não é o Brasil que é incompetente. Ponto! Não é o Governo Trabalhista e os trabalhadores e técnicos brasileiros, que trabalharam duramente, que são incompetentes. Os obtusos com complexo de vira-lata e que apenas deitam falação, porque jamais ou em hipótese alguma colocam as mãos na massa, são os verdadeiros incompetentes. Falam, falam, falam e não fazem nada. Boicotam e sabotam, mas não constroem nada, a não ser o estado de beligerância e vilania em certos grupos políticos e sociais.

Merval Pereira, como intelectual, é uma farsa. A imprensa familiar é uma fraude. A má-fé é o combustível do jornalismo controlado pelos magnatas bilionários de imprensa. A Copa do Mundo no Brasil foi um retumbante sucesso e mostrou ao mundo, sem apelação, que os brasileiros são muito mais capazes e competentes do que pensam os inquilinos colonizados e subservientes da Casa Grande.

O que o sistema midiático privado de caráter golpista finge não saber, pois dissimula, é que o Brasil é um País onde se tem oportunidades e pode se viver bem. E foi exatamente que os gringos viram in loco, o que o desagradou. Incompetente é a "elite" que nunca conseguiu construir um País solidário, democrático, civilizado e a estar no poder há cinco séculos. Não conseguiu porque a Casa Grande tem índole escravocrata. Ela é selvagem, violenta, pois brutal. Não consegue se desvincular de sua memória e de sua alma perversas retratadas fidedignamente nas desigualdades regionais e sociais que ainda hoje causam prejuízos ao desenvolvimento do Brasil.

As "elites" deste País são inconvenientes à sobrevivência humana no que tange ao direito de respirar. E são entraves à civilidade, pois a instrumentalização de sua educação é tão ou mais superficial do que uma pequena arranhadura numa viga de concreto armado. Mas, se você consome o que os barões de mídias produzem sem questionar as informações veiculadas por suas empresas, o problema é seu. Ah, já ia esquecer: Vai ter Olimpíadas! É isso aí.